Aqui você já entra aprendendo, o feminino de sommelier é sommelière, então não estranhe o nome do blog e nem pense que está errado!
Resolvi criar esse blog como uma maneira de dividir informações preciosas com apaixonados pela arte de Bacco. Aqui vocês encontraram alguns textos meus e outros que eu garimpo por ai e julgo itneressantes para dividir com vocês!
Entre. leia, se apaixone e fique a vontade, a casa é sua!

domingo, 24 de setembro de 2017

O DESABAFO DE UMA SOMMELIÈRE


Ontem,depois de uma degustação, dita dirigida por uma suposta sommeliere , que falou mais besteiras em 1 hora do que pude ouvir em 02 anos, eu me pus a pensar no que se tornou o título de sommelier hoje em dia.
Quando eu me formei pela ABS-SP há 13 ou 14 anos atrás, o curso de sommelier profissional era filiado a ASI e só entrava quem era indicado e trabalhava no ramo de restaurantes, lojas ou importadoras de vinhos. Na época eu fui indicada a ABS por um um dos melhores enólogos do Brasil e prestava serviço a uma Vinícola que nasceu boutique e hoje se tornou referência em espumantes: A Cave Geisse, na época Cave de Amadeu.
Minha trajetória no mundo dos vinhos sempre foi como a minha vida: passional e muitas vezes instavel.
Sempre fui movida a paixão por novos horizontes e oportunidades e isso me fez ter experiências infinitas no mundo do vinho. Sai da estabilidade de trabalhar como sommeliére de uma grande importadora para gerenciar uma loja e logo depois me tornar proprietária dessa loja durante 08 didáticos anos, aprendi que ser dona do próprio negócio pode se transformar no pior pesadelo que alguém pode ter.
Eu geria a loja com a mesma paixão que tinha pelos vinhos, e assim fiz péssimos negócios movidos apenas pela meu gosto pessoal e o final todos devem saber...uma loja que fali tentando fazer o mundo entender que o vinho também encontrava eco na produção nacional.
Meu destino e meus passos me levaram diretamente ao polo vitivinícola do Brasil, acabei abandonando SP e vindo morar em plena Serra Gaucha.
Hoje sou uma sommeliére que abandonou a profissão propriamente dita, sou uma vendedora, de vinhos, mas uma vendedora. Extravaso minha paixão em muitos dos diálogos que tenho com clientes, mas nutro dentro de mim a necessidade de agregar ao dia dia do vinho nacional.
Tenho conhecimento, sei que o sommelier é o par perfeito do enólogo, pois o enólogo com seu conhecimento faz o vinho, porem não existe vinho perfeito, e havendo falhas, mesmo que pequenas um sommelier sabe sana-las com uma compatibilização perfeita, Defeitos e qualidades podes ser suplantadas ou enaltecidas com o conhecimento de um sommelier, e não querendo me gabar, mas eu sei sim exatamente fazer isso. Não existe vinho ruim, existe vinho mal compatibilizado!
Moro hoje em plena Serra Gaucha e convivo com os melhores enólogos do Brasil, quiça da América do Sul, eles sabem o que produzem, falam de sua profissão com paixão,mas muitoas vezes na apresentação de seu vinho pecam...... pecam pura e simplesmente por escolher mal o que acompanha o néctar de Baco e várias vezes os vejo condenar um produto perfeito por conta de uma compatibilização mal feita.
Ser sommelier não é só ter o diploma da instituição A ou B, ser sommelier é entender a alma do vinho, é estudar sempre, é estar sempre atenta as mudanças de clima, de nuances, degustar sempre, não só o produto brasileiro, mas estar sempre aberto a atento as tendencias mundiais. Ser sommelier é arriscar, é ousar é experimentar sempre.
Um bom sommelier saberá sempre exaltar as qualidades e minimizar os defeitos de um vinho..... Na terra do vinho faltam sommeliers de verdade e sobram vinhos a espera de serem endeusados pela compatibilização perfeita.
E eu nessa historia toda, como fica a sommelier internacional que voz escreve? Aqui, sou simplesmente uma vendedora.






domingo, 13 de agosto de 2017

CAVE VENETO NATURE 2009






Um corte de sauvignon blanc com chardonnay e 84 meses de autólise! Assim ele se apresentou para mim em uma noite fria em Farroupilha..... foi paixão a primeira vista e de lá saímos juntos para enfim consumar nosso amor neste sábado ao lado do fogão a lenha rodeados de nozes e queijo brie.
Exalando aromas de torrefação, leveduras, nozes e avelãs mescladas a notas cítricas sutis.
Na boca excelente mousse, deliciosa acidez que lava o paladar e deixa um sensação de frescor , com leve e delicioso amargor final.
A compatibilização foi melhor com as nozes, ressaltando todas as características encontradas no espumante. Infelizmente restam somente mais 26 garrafas desse tesouro elaborado pela Adega Chesini.

"Nature significa Espumante Natural, pois depois da fermentação, não há adição de licor de expedição como em outras categorias de espumantes.

Este produto ficou em maturaçao por 84 meses nas caves da Adega Chesini. Seu vinho base foi elaborado com as castas Sauvignon Blanc e Chardonnay, na safra 2008. Em abril de 2009 foi engarrafado e em 13 de maio de 2016, foi realizado o degorgement de apenas 32 garrafas. Os melhores espumantes do mundo são destinados a classificação Nature."

domingo, 6 de agosto de 2017

MIOLO RESERVA SAUVIGNON BLANC 2017


Me fale algo mais romântico do que colher uvas a luz do luar?...... só tomar vinhos a luz do luar!
Experimente então tomar um Sauvignon Blanc da Miolo, o primeiro vinho brasileiro a ser colhido nas frescas horas da madrugada!
Um vinho aromático que confirma em boca todo frescor encontrado olfativamente. Um Sauvignon Blanc incrível   e extremamente recomendado pela Lu!
Recomendo especialmente acompanhar de pizza de rúcula com tomate seco ou queijo de cabra.  Aqui testamos com queijo de ovelha.... pois se perguntar aqui no sul por queijo de cabra te olham de um jeito meio estranho...... e a pizza, infelizmente o trigo saiu de nosso cardápio.


Entre os benefícios da Colheita Noturna, está a influência da temperatura, que cai consideravelmente no período noturno, preservando aspectos importantes da fruta e trazendo aromas bastante destacados.


“A Sauvignon Blanc produz alguns dos melhores vinhos brancos do mundo. Na temperada região da Campanha, nos vinhedos do Seival, manejávamos o vinhedo de forma que protegíamos os cachos verdes da luz solar durante a maturação, para a preservação dos aromas. Agora, com a Colheita Noturna, seria como se controlássemos a temperatura da Sauvignon Blanc ainda na videira. Com isso, conseguimos evidenciar os aromas primários e também preservar sua acidez natural”, explica o enólogo Miguel Almeida, que acompanhou todo o processo de elaboração do vinho.


domingo, 30 de julho de 2017

GIUSEPPE GARIBALDI EXTRA BRUT



VAMOS FALAR DE ESPUMANTES?
Companheiro de várias tardes e bons momentos  o  queridinho da vez agora tem nome e sobrenome: Giuseppe Garibaldi.
Esse é o nome que laureada Vinícola Garibaldi reservou para seu espumante top de linha, um espumante extra brut elaborado pelo método de charmat longo: mais de 06 meses de autólise e uma mescla de 80% Chardonnay com 20% Pinot noir e cerca de 6 grs de açúcar por litro, validando  a qualidade do vinho base que nada tem a esconder diante da baixa gramatura de açúcar.
Excelente aporte  de aromas, mesclando notas de fruta cítrica em compota e pão tostado. A boca se apresenta cheia , com excelente corpo. Um espumante que encara com galhardia qualquer prato pleno em gordura pois tem acidez na medida para equilibrar doses altas de gordura. Uma acidez firme, acompanhada de bom corpo e excelente presença de boca.
O espumante já tem duas importantes premiações:

Thessaloniki International Wine Competition – PRATA – Grécia  
XIV Concurso Internacional de Vinos Bacchus – PRATA 


Recomendadíssimo ,este espumante demonstra o que o Brasil pode produzir de melhor e tem preços incrivelmente baixos para sua qualidade, hoje custa menos de R$ 50,00 e se fossemos comparar a espumantes aos quais anseiam a nossa síndrome de vira lata poderia compara-lo a um grande espumante de região de Limoux (França) que hoje não sairia no Brasil por menos que R$ 120,00.

E viva o espumante brasileiro!














































terça-feira, 9 de maio de 2017

QUANTO MAIS VELHO MELHOR?

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Um dos maiores mitos do vinho é a tese de que quanto mais velho melhor! Menos de 1% da produção mundial de vinhos se destinam a longa guarda, a maioria absoluta dos vinhos que compramos deve ser tomada no prazo máximo de 05 anos.
O vinho para envelhecer tem que reunir TODOS os seguintes fatores:
  • Vir de um vinhedo antigo e de baixa produção
  • A uva tem que ser de excelente qualidade, sem ter absolutamente nenhum defeito.
  • Vir de uma safra absolutamente perfeita
  • Ter uma boa graduação alcoólica
  • Ter acidez suficiente
  • Ter taninos robustos e maduros
  • Passar por barricas novas de carvalho.
Pelas exigências acima descritas pense bem se aquele vinho que você está guardando a 10 anos para um momento especial atende a todos os requisitos?
Um vinho que atende a todos esses requisitos com certeza vai custar caro, normalmente bem mais de U$$ 100 por garrafa.
No envelhecimento o vinho polimeriza seus taninos e perde acidez, dai a importância dele ter acidez e taninos equilibrados. Um vinho com muito tanino e baixa acidez se perderá no envelhecimento, se tornando um vinho “chato” pois a perda de acidez no envelhecimento o desequilibrará. Essa é uma das razões também pela qual pouquíssimo vinhos brancos envelhecem bem, eles perdem acidez mas não tem taninos para os proteger da oxidação que é um passo natural no processo de envelhecimento.
Eu mesma passei pelo dissabor de guardar algumas garrafas de vinho para acompanhar seu envelhecimento. Em uma viagem a argentina trouxe um vinho que foi especialmente elaborado para o bicentenário de uma famosa revolução. Trouxemos 03 garrafas. O enólogo nos alertou que era para abrir o vinho a partir de 2010, A primeira garrafa tomamos 2 anos antes, o vinho se mostrava muito bom, porém ainda tinha taninos rebeldes e uma acidez demasiada elevada. Em 2010 abrimos outra garrafa, o vinhos estava maravilhoso, a acidez se equilibrara, mas havia uma pontinha ainda de taninos rebeldes. A terceira garrafa foi literalmente esquecida dentro de nossa adega e foi degustada o ano passado.... pura decepção, percebia-se perfeitamente que o vinho tinha entrado em declínio, os taninos já quase não existiam, a acidez se foi, só restou um aroma maravilhosos que valeu a degustação, mas tomamos um vinho praticamente morto.
Para efeitos de exemplo podemos nivelar os vinhos por preços:
  • Nenhum vinho abaixo de U$$ 10 tem que envelhecer, tome-o já, imediatamente, agora, e aproveite a sua juventude, ele te dará bons momentos no máximo por 03 anos!
  • Vinhos até U$$ 30 podem envelhecer por até 05 anos.
  • Vinhos acima de U$$ 50 normalmente tem estirpe e podem se beneficiar de um envelhecimento acima de 05 anos.
Mas como guardar um vinho de maneira que ele amadureça tranquilamente?
Em se falando de Brasil é essencial uma adega climatizada ou uma adega subterrânea. Os vinhos devem descansar em ambientes escuros, silenciosos e sem trepidações, com umidade controlada e temperaturas abaixo de 16ºC.
Uma outra coisa muito importante: se for guardar um vinho compre-o na própria vinícola, converse com o enólogo, saiba dele o potencial de envelhecimento do rótulo que você está levando para casa.

O vinho é um ser vivo e lembre-se que nem todo mundo envelhece bem!

segunda-feira, 24 de abril de 2017

COZINHANDO COM VINHO


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O vinho é uma excelente fonte de prazer para quem toma e companheiro inseparável da gastronomia: acrescenta cor à mesa, na boca melhora o sabor e a finesse dos pratos e durante as refeições estimula a conversação inteligente e o bom humor.

Para os cozinheiros, ele é útil da mesma maneira! Ao longo dos séculos, grandes chefs das mais diferentes culturas utilizam o vinho para ressaltar o sabor de pratos ou para proporcionar sutis aromas numa variedade de molhos e produções. Serve para marinar carnes e aves, ajuda a amolecer a carne em ensopados de longo cozimento e ainda contribui com sabor. O vinho também participa em sopas e ensopados e refresca sobremesas de frutas.

Algumas dicas ao se usar vinho para cozinhar:

- Utilizar somente panelas inox ou esmaltadas (alumínio, ferro ou cobre reagem com o ácido do vinho e transmitem um sabor metálico);
- Se não houver tempo para o álcool do vinho evaporar, o resultado é um prato com gosto desagradável;
- Se a quantidade for exagerada, uma receita pode ficar arruinada pela acidez excessiva;
- Se a receita pedir vinho seco e na falta usar um doce ou um tinto na falta do branco, com certeza o resultado não será satisfatório;
- Usar somente vinhos que estão aptos para serem bebidos;



Dicas de pratos onde o vinho pode ser utulizado:

- Marinadas - o álcool e a acidez do vinho agem mais depressa nos peixes e nas aves do que nas carnes. Cuidado ao usar com peixes: a acidez pode descolorir o peixe e afetar negativamente sua textura.
- Caldos - o fumê de peixe ganha com vinho branco; caldos escuros se beneficiam com vinho tinto. Além de melhorarem a cor, sua acidez ajuda a equilibrar a riqueza do extrato da carne.
- Molhos - Usar no máximo um terço de vinho para três partes do outro líquido, creme ou manteiga. Muito vinho pode causar um desequilíbrio no molho.
- Recheios - usar vinho para umedecer recheios de galinha com textura rica.
- Ensopados, ragus e sopas - à exemplo dos molhos, não usar mais do que uma parte de vinho para três partes do outro líquido.
- Vegetais - a acidez do vinho não deixa os vegetais cozinharem de forma correta. São indicados porém para seus molhos.
- Frutas - pêras, maçãs, pêssegos e ameixas fervidas em vinho retém seu frescor e ganham nas cores devido à acidez natural do vinho, de preferência doces, como Porto.
- Queijos - usar em molhos de queijos (como o vinho branco na fondue) para ajudar a contrabalançar a riqueza dos queijos.
- Ovos - normalmente pratos de ovos não reagem bem ao vinho, pois reagem com o enxofre. Como exceção, o zabaglione não seria o mesmo sem o Marsala.
- Molhos para massas - reduções de vinho combinam tão bem quanto molhos para outras finalidades. Acrescentar algumas colheres de sopa de vinho tinto nos 10 minutos finais da fervura dos molhos.
- Arroz - tanto o risotto quanto a panela requerem uma boa adição de vinho, como primeiro líquido de cozimento. O equilíbrio dos sabores depende disso.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

VINHO & COMIDA


O vinho é um produto gastronômico por excelência, nenhuma bebida enriquece tanto um prato como o vinho. Faça acompanhar a simples macarronada de Domingo com um Chianti e terá em sua mesa em banquete!
A combinação vinho & comida, que chamamos de enogastronomia, enobrece qualquer refeição, das mais simples como uma massa caseira com um Chianti, até as mais sofisticadas como um fois gras com Sauternes.
A combinação de vinho e comida e como um casamento, em que o temperamento do prato tem que bater com o gênio do vinho. Mas como fazer com que esse casamento dê certo?
A enogastronomia não é uma arte fácil de ser trabalhada. No entanto existem alguns segredos que facilitam muito o sucesso desse casamento. Vamos ver alguns deles:

  • Considere o corpo do vinho e do prato. Pratos mais fortes e com muito sabor pedem vinhos mais encorpados, enquanto para pratos mais delicados, vinhos mais leves.
  • O churrasco ficará ainda mais maravilhoso se ladeado de um bom vinho da casta Malbec, Tannat ou Cabernet Sauvignon, que são naturalmente ricos em taninos e com boa acidez para contrabalançar a gordura da carne.
  • A intensidade aromática não pode ser esquecida. Pratos com muitas especiarias pedem vinhos igualmente aromáticos e também com maciez para se contrapor à sensação das especiarias na boca. Um bom tinto da casta Syrah ou um branco Gewurztraminer, dependendo do prato, podem ser bons acompanhamentos.
  • Peixes e frutos do mar, por sua suavidade e delicadeza, se dão melhor com brancos. Não se deve servir peixes de água salgada com tintos, pois o sal em contato com o tanino gera um sabor metálico extremamente desagradável na boca. A exceção são os tintos da casta Pinot Noir e a grande maioria dos vinhos rosês.
  • Aves e caças variam de acordo com a intensidade do sabor. Patos e coelhos se dão bem com tintos encorpados e aromáticos. Frangos e perus se casam com brancos encorpados e com estágio em barricas de carvalho, ou tintos mais leves sem estágio em barricas, como os Merlots e Carmeneres mais simples.
  • Comida japonesa combina muito bem com vinhos brancos acídulos como os da casta Sauvignon Blanc e também com espumantes de bom corpo e paladar seco. O tradicional Prosecco também é uma excelente opção, apesar de apresentar normalmente certa doçura.
  • A maioria das pizzas de queijo, faz excelente par com os tintos de médio corpo e bem frutados, como os elaborados com as uvas Merlot, Carmenère, Sangiovese, Tempranillo e os tintos do Sul da Itália.
  • Os queijos normalmente combinam melhor com os vinhos brancos, pois o sal e o tanino dos tintos normalmente não conseguem bom resultado. Mais uma vez a exceção vai para os tintos leves como os elaborados com a casta Pinot Noir e Cabernet Franc. A mesma coisa vale para o fondue de queijo, comum nessas noites frias.


Mas lembre-se sempre: o bom do vinho é o prazer que ele proporciona, e se te dá prazer combinar peixe com vinho tinto, vá em frente, divirta-se e bom casamento!

domingo, 9 de abril de 2017

VINHOS GREGOS

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A história do vinho na Grécia praticamente começa com a "escapada" do Deus Zeus com a linda mortal Seméle, da qual resultou o nascimento de Dionísio, o Deus do vinho. Mesmo que inaceita esta teoria, a Grécia é o berço da cultura européia do vinho. Já o poeta Homero (século VIII a.C) relata, na Ilíada, o vinho como sendo a bebida dos heróis. A cultura micênica, no século XVI a.C., no norte do Peloponeso, produzia vinho profissionalmente. O vinho produzido era exportado para a Itália, França e Espanha e dava origem às novas culturas do vinho nesses países. Muitos dos métodos de produção de vinho dos gregos passaram a ser utilizados pelos celtas e romanos. O vinho  fazia parte da vida cotidiana das pessoas, da cultura e da religião. Já havia desde cedo, diferentes tipos de uva, visto que o poeta Virgílio (70-17 a.C.) disse: "É mais fácil contar os grãos de areia do que os tipos de uva existentes na Grécia."
Na Grécia Antiga, o vinho era utilizado não só como bebida, mas também como medicamento. Era servido em copos de várias formas e tamanhos, cada um com um nome diferente. Ânforas eram utilizados para servir o vinho no Symposium. As Kratiras (krater) eram vasos largos, de excelente qualidade, usados para armazenar o vinho. Um dos mais magnificentes kraters e também um dos mais bem conservados, está exposto no Museu Arqueológico de Salonica, uma peça da Escola de Praxíteles.  
Mas, como se sabe, ao longo de sua rica história, a Grécia foi perdendo importância. Acabou subjugada pelos romanos e, mais tarde, acomodada dentro do Império Bizantino. Para o vinho local, as trevas vieram no fim do século XV, quando Atenas caiu sob o jugo do Império Turco Otomano, que desestimulava a produção e o consumo de bebidas alcoólicas. O período negro se estendeu por cerca de quatrocentos anos, até o fim da dominação turca, no início do século 19. Mas ainda demoraria algum tempo para o cultivo da vinha voltar a florescer. Somente no século XX, sobretudo após a Segunda Guerra Mundial, quando os conflitos naquela explosiva região realmente cessaram, os gregos puderam se dedicar a reinventar seus tintos e brancos. A produção profissional de vinhos teve impulso com a independência em 1830. Em 1971, foi introduzida a certificação com base no sistema francês. Desde a participação da Grécia como membro da União Européia em 1981, houve uma grande mudança na produção de vinho. No ano de 2003, havia 130.000 hectares de vinhedos e foram produzidos 3,8 milhões de hectolitros de vinho. O solo rico em cal, granito e pedras vulcânicas e a temperatura predominantemente agradável fazem das condições naturais ideais para a vinicultura. Os outonos secos são ótimos para o amadurecimento da uva. Vinho típico da Grécia é a Retsina.
De Norte a Sul, o país é rico em bom vinho. As vinhas são cultivadas em quase todo o continente e em todas as ilhas. No norte da Grécia, as áreas de produção de vinho mais importantes são Naousa, Goumenisa, Amynteo, Siatista e Halkidiki.
Os críticos internacionais garantem que os principais produtores gregos são capazes de fazer vinhos de alta classe com cepas de origem francesa, sejam elas tintas (Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah) ou brancas (Chardonnay, Viognier, Sauvignon Blanc). Mas o grande diferencial da vitivinicultura na Grécia são suas uvas autóctones, algumas cultivadas desde a Antiguidade. Estima-se que o número de variedades locais chegue a 300, talvez até 500. São nomes pouco conhecidos fora da Grécia, como as brancas Asyrtiko, Moschofilero, Roditis e Malagousia, e as tintas Agiorghitiko, Xinomavro, Mandelaria e Mavrodaphne.
Abaixo um breve perfil das principais uvas gregas:
Asyrtiko - Apontada como a grande uva branca grega, talvez a melhor de todas as cepas autóctones, alguns especialistas costumam compará-la à francesa Chenin Blanc, do Vale do Loire. As melhores versões dos vinhos secos feitos com essa variedade, bastante resistente a doenças e de boa adaptação a diversos climas, podem lembrar os longevos vinhos da denominação francesa de Savennières, no Vale do Loire. Originária ou introduzida há cerca de 400 anos na vulcânica ilha de Santorini, no mar Egeu, sul da Grécia, a Asyrtiko espalhou-se por outras partes do país, sobretudo o norte. Uma de suas principais características é ser capaz de amadurecer mesmo em climas quentes sem perder a acidez. Dá vinhos perfumados, austeros, com toques cítricos, minerais e defumados. Pode passar ou não pelo carvalho durante seu processo de elaboração. No entanto, não é fácil de ser vinificada e, nas mãos de um produtor pouco habilidoso, pode oxidar. Alguns produtores misturam-na com outra cepa grega branca, a Malagousia, que foi salva da extinção graças ao trabalho de resgate feito por Evanghelos Gerovassiliou, da vinícola Gerovassiliou. A Asyrtiko pode ser usada também para fazer um vinho doce, um “Vin Santo” grego, no qual as uvas são desidratadas ao Sol e geralmente misturadas com um pouco das brancas Aidani e Athiri.
Moschofilero - Originária da parte central do Peloponneso, sul da Grécia, uma zona fresca situada à cerca de 650 metros acima do nível do mar, é uma cepa branca aromática de boa acidez que pode produzir vinhos dos mais diversos estilos: leves, secos e frutados; rosés secos ou meio-secos com perfume de rosas; ou até espumantes. Na verdade, não se trata realmente de uma uva branca, mas sim de uma blanc de gris, ou seja, uma variedade que tem a casca entre o rosa e o cinza. A denominação de origem Mantinia, no Peloponneso, é tida como uma das principais fontes de bons rótulos dessa uva. Seus vinhos não costumam ter teor alcoólico dos mais altos, raramente chegam a 12°GL. Como a italiana Vespaiolo, o nome Moschofilero deriva da presença de muitos insetos em torno da uva quando esta se encontra madura.
Agiorghitiko - Disputa com a Xinomavro o título de melhor tinta local. Os enófilos da região também a chamam de St George. Tem taninos macios, boa fruta e dá vinhos de cor escura dos mais variados estilos: desde os leves e descompromissados (inclusive rosés) até os mais estruturados e capazes de encarar um carvalho e envelhecer por anos. Por suas características, sobretudo a elegância, costuma ser comparada a Merlot. Os tintos da região de Neméia, no Peloponneso, uma das maiores denominações gregas, são feitos com a Agiorghitiko.

Xinomavro - Encontrada na parte central da Macedônia, norte da Grécia, sobretudo nas localidades de Naoussa, Goumenissa e Amyndeo, é uma cepa de difícil cultivo, caprichosa, que dá bons vinhos apenas em certas regiões e em anos quando seu amadurecimento se dá por completo na videira. Seu nome quer dizer “preto ácido”, uma referência à bebida austera de cor escura, grande acidez e taninos por vezes adstringentes que a variedade produz. Segundo os especialistas, os melhores vinhos dessa uva podem envelhecer por anos. Há quem compare a Xinomavro à italiana Nebbiolo, a uva da qual se elabora o famoso Barolo, ou à portuguesa Baga, da região da Bairrada, também responsável por grandes e belos vinhos. A cepa é usada mais para a produção de ‘varietais’, embora às vezes surja também em ‘blends’ com outras uvas.

Depois dessas informações a dica é degustar!
Excelentes vinhos gregos podem ser encontrados na Importadora Mistral:
 https://www.mistral.com.br/pais/grecia

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

COMEÇOU A COLHEITA DE UVA - SAFRA 2017

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Os primeiros caminhões de uva começam a descarregar na Cooperativa Vinícola Aurora. As castas mais precoces estão chegando com excelente grau de maturação. O destino das primeiras uvas serão em sua maioria para produção de sucos, mas também estão começando a chegar excelentes Pinot Noirs que serão destinadas a elaboração de vinhos e espumantes.
Depois de perdas que na última safra chegaram a quase 50%, a expectativa da Aurora neste ano é retomar a produção com 60 milhões de quilos de uva.As unidades localizadas no Borgo e no Vale dos Vinhedos a partir da próxima semana deverão iniciar a operação de recebimento das uvas finas.

A safra 2017 promete ser excelente, um presente merecido considerando a péssima e historicamente trágica safra anterior, segundo o enólogo Ricardo Morari, da Vinícola Zanlorenzi, localizada na cidade de São Marcos, o inverno rigoroso com alto número de horas de frio fez com que as plantas acumulassem uma boa reserva de nutrientes. “Na brotação e floração houve pouca incidência de chuvas, o que também favoreceu a produção. Estimamos que não ocorra antecipação da maturação das uvas, já que as noites estão com temperatura amena e os dias secos, o que faz com que o metabolismo da videira aconteça de forma mais lenta e uniforme”, diz.
Morari lembra que na safra passada o ciclo vegetativo das videiras na Serra Gaúcha – onde a Famiglia Zanlorenzi possui seu pólo produtivo – foi muito atípico. “Tivemos um inverno de pouco frio, que causou a antecipação da brotação. Quando brotaram, o frio voltou de forma intensa e as geadas afetaram a produção em praticamente todas as regiões produtoras de uva do Rio Grande do Sul, o que gerou uma das maiores quebras de produção da história”, fala. Para 2017, os vinhedos do grupo demonstram que a safra será excelente e alcançaremos um nível de qualidade acima da média”, acentua. (trecho retirado do site newtrade.com.br)